segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

ESTÁ PRONTO O Nº25 DA REVISTA ARGANILIA


O número 25 da Revista ARGANILIA, projecto iniciado em 1992 e que tem recolhido nas suas páginas a história da Beira Serra e dos concelhos que a compõem está concluído.

O presente número é dedicado ao concelho de Tábua, o que acontece pela primeira vez e, sobretudo, a João Brandão - figura incontornável da história local, regional e nacional e que tem mantido acesa a polémica e a paixão, tantos anos após a sua morte.

São 256 páginas com textos de Álvaro Costa, Amílcar Martins, Antonieta Mesquita, António Lopes Machado, António da Fonseca Cortez, David Pinto, Fátima Pais, Filipe Pais, Francisco Correia das Neves, João Alves das Neves, João Brandão, João do Lodeiro, João Macdonald, José Caldeira, José Alberto Pereira, José da Costa Saraiva, Lourdes Martinho, Manuel Fernando Costa, Nuno Mata, Nuno Espinal, Paulo Ramalho, Regina Anacleto, Ricardo Pereira Alves e Silvério Manata.

Segundo o seu vice-director, Nuno Mata, que coordenou todo o projecto e que agora se assume como o responsável pela sua continuação, são nomes de intelectuais, estudiosos ou simples curiosos que aceitaram embarcar nesta aventura dividida em três partes: João Brandão, o mito eterno; Tábua - Património, Arte, Cultura e Associativismo e, ainda, uma Recensão Literária, onde são referidas a digitalização de A Comarca de Arganil e os recentes lançamentos das obras acerca do Convento de Vila Cova de Alva, monografia de Moura da Serra e o álbum de ilustrações de Monsenhor Nunes Pereira. “Faltam muitos assuntos, muitas referências, mas não havia espaço para mais. E muitos dos pedidos de colaboração nem resposta tiveram”, lamenta.

Pode ler-se no editorial que “muito já se escreveu e publicou acerca do beirão João Victor da Silva Brandão. Páginas e páginas de factos ou percepções, de documentos e conversas, de fotografias e ilustrações. Portanto, é perfeitamente questionável a escolha desta figura para tema central deste número da ARGANILIA. Então, porquê este caminho?

Várias ordens de razão assistem a esta opção editorial: a ideia de reunir num único suporte várias vertentes da temática João Brandão - a popular, a erudita, a poética, a epistolar, a gráfica - ainda que sabendo que a maior parte da informação existente continuará dispersa; a esperança que a presente edição possa fazer renascer a necessidade de, uma vez por todas, se determinar com exactidão se Brandão foi facínora ou herói, pois que até aos nossos dias o antagonismo permanece; e o entusiasmo do fundador e Director (agora a título póstumo) da ARGANILIA, Prof. João Alves das Neves, acerca deste personagem e deste assunto.”.
Porém, o vice-director alerta que “o futuro é incerto por motivos vários e a continuidade da revista e do projecto residirão na efectiva colaboração e vontade dos que, ao longo dos anos, inscreveram o seu nome nos milhares de páginas que já constituem os agora 25 números, ou de outros que possam chegar entretanto. Não é, portanto, tarefa para um homem só... Por outro lado, as dificuldades financeiras poderão obstaculizar a edição que se exige anual, uma vez que não existe qualquer conforto financeiro que permita um amanhã risonho e despreocupado a esse nível”.

Argumentando que “Desde o seu aparecimento, Arganilia quis ser rigorosamente cultural, aberta a todos e sem cariz partidário e é por isso que continua”, Nuno Mata concluiu o seu texto de apresentação dizendo que “cumpriu-se uma vez mais a vontade de Veiga Simões e de João Alves das Neves. Preservou-se uma vez mais a Cultura da Beira-Serra.”.

O lançamento da Revista Arganilia acontecerá em Tábua, dia 28 de Dezembro, pelas 21 horas, na Biblioteca Municipal João Brandão.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Mais uma homenagem ao Prof. João Alves das Neves, desta vez em São Paulo


No ultimo dia 17 de Agosto aconteceu o jantar em comemoração aos 92 anos do Clube Português de São Paulo. Na oportunidade o Prof. João Alves das Neves foi homenageado em cerimônia que nomeou a Biblioteca da entidade com o seu nome. O Evento contou com a presença do Cônsul Geral de Portugal em São Paulo, Ilustríssimo Sr. Paulo Lopes Lourenço, sua esposa, familiares de João Alves das Neves, além de outras personalidades luso-brasileiras e foi conduzido pelo presidente da entidade Sr. Rui Mota e Costa.

O Prof. João Alves das Neves foi durante muitos anos foi diretor cultural do Clube Português de São Paulo e faleceu no inicio do ano corrente, em sua terra natal, na Vila de Arganil em Portugal. Além de Jornalista, escritor e professor universitário Alves das Neves era um colecionador de livros e deixou como um de seus legados um grande espólio literário, que foi doado à Biblioteca João Alves das Neves pela sua esposa, filhos e netos. 

O Clube Português foi fundado no dia 14 de Julho de 1920. O objetivo dos fundadores era criar uma entidade que reunisse portugueses, seus descendentes e brasileiros promovendo os encontros das famílias, as festas comemorativas das datas magnas de Portugal e do Brasil, incentivando a ação cultural.

Em Julho de 1929, foi fundada a Biblioteca Portuguesa de São Paulo e continuou a incentivar a criação de Grupos Folclóricos. Que agora leva o nome de João Alves das Neves. 

O Cube Português permaneceu por largos anos na Av. São João, em frente aos correios, tendo migrado para o bairro das Perdizes, onde construiu a sua atual sede - Rua Turiassú, nº 59 - inaugurada em 16 de Fevereiro de 1967. Desde esta data a sede do Clube Português passou por diversas modificações sendo, a última, a modernização da sua fachada.

Atento às inovações e às transformações pelas quais passa a sociedade, foi progressivamente adequando-se à nova realidade sem perder de vista os objetivos dos seus fundadores.

Fotos do evento:

 



 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Exposição de João Alves das Neves

No átrio da Biblioteca Alberto Martins de Carvalho em Coja está patente até 31 de Agosto a exposição “João Alves da Neves – um pessoano amante da cultura portuguesa”.

Composta por 9 cartazes esta exposição permite uma viagem pela vida e obra de João Alves das Neves desde sua terra natal, o Pisão de Coja, até o Brasil onde viveu grande parte de sua vida.

Personagem multifacetada foi escritor, jornalista, professor tendo dividido os seus interesses intelectuais entre a obra de Fernando Pessoa e a Arganilidade. No dia 11 de Agosto, durante a II Feira do Livro de Coja foi apresentado o álbum “Terras da Beira Serra”, uma das ultimas obras organizada pelo autor sobre o Monsenhor Augusto Nunes Pereira em parceria com o amigo Nuno Mata. Mais detalhes sobre a obra no link: http://joaoalvesdasneves.blogspot.com.br/2011/03/terras-da-beira-serra.html

Fonte: Site da Biblioteca de Arganil: http://www.bibliotecas.cm-arganil.pt






quarta-feira, 30 de maio de 2012

“João Alves das Neves – Um Pessoano Amante da Cultura Portuguesa”


Decorreu entre 2 e 5 de Maio a XIX Feira do Livro de Arganil. Com um ambicioso programa cultural a feira contou com a colaboração do Agrupamento de Escolas de Arganil, tendo recebido a visita de muitas turmas que vieram à feira encontrar-se com escritores e contadores de histórias. À noite os espetáculos de música trouxeram muitos visitantes. Momentos mais importantes que foram acontecendo ao longo dos dias:




No dia 2 a feira abriu com uma homenagem ao escritor e jornalista João Alves das Neves onde esteve patente a exposição “João Alves das Neves – Um Pessoano Amante da Cultura Portuguesa”
À Noite o espetáculo pelo Coro Infantil da Associação Filarmônica de Arganil fez a as delícia de quem esteve presente.

Dia 4 foi de novo um dia com um programa muito rico. Para além da presença continua de crianças recebidas pelas técnicas da Biblioteca Municipal, os mais velhos encontraram-se com a escritora Manuela Ribeiro e mais tarde outras crianças tiveram uma tarde de contos com o narrado José Craveiro que á noite voltou a encantar desta vez o público adulto.

Á noite o espetáculo proporcionado pela “Big Band 2011/12” do Conservatório de Música de Coimbra, agradou a todos quantos foram à feira.

No ultimo dia de feira à tarde a Associação Filarmônica Arganilense executou o Concerto de Primavera e à noite todos puderam assistir o Concerto de Música Clássica pela Escola de Música “Pauta em Movimento”. 
Fonte: http://www.bibliotecas.cm-arganil.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=1877:xix-feira-do-livro&catid=1:ultimas-noticias 

sábado, 28 de abril de 2012

Calendários – Fernando Pessoa

Os 10 calendários publicados em 1985 foram uma homenagem ao cinqüentenário da morte do Poeta Fernando Pessoa e fazem parte do acervo do Prof. João Alves das Neves, jornalista que dedicou grande parte da sua vida aos estudos da obra e vida do poeta da “Mensagem”.

São reproduções de obras do artista Quim Bica um dos mais notáveis pintores populares portugueses. Nesse trabalho Bica ilustrou as seguintes obras de Pessoa: “Um Poema”, “Carta de um Amigo”, “Declamação”, “Mensagem”, “A Última Ginjinha”, “Pensamento em Ofélia”, “Primeiro Poema”, “O Livro do Desassossego”, “Conversa com os Amigos”, “Apontamentos”.




Homenagem da Revista IP&C ao Prof. João Alves das Neves

Obrigada por tudo, Querido Professor


Em janeiro deste ano, o mondo das letras e do jornalismo, bem conto a comunidade luso-brasileira e a pacificação paulistana, sofreram uma grande perda, com e falecimento de um grande representante e amigo. O jornalista e escritor João Alves das Noves – que, por vários anos foi colaborador do Sindipan/Aioan-SP, como editor da revista IP&C nos deixou no dia 12 daquele mês, deixando saudades e uma trajetória de brilhantes e marcantes realizações. Nascido no dia 29 de maio de 1927, na aldeia portuguesa de Pisão de Coja, em Arganil, Distrito de Coimbra, onde também foi sepultado, João Alves das Neves foi professor universitário e escritor. Estudou jornalismo em Paris, posteriormente mudando-se para a capital paulista, onde exerceu as funções de redator-editorialista do jornal O Estado de Paulo por 31 anos, até se aposentar, e, ao mesmo tempo, de adido de imprensa e cultura de Portugal em São Paulo e de professor-pesquisador da Faculdade de Comunicação Social “Casper Libero” durante mais de duas décadas. Complementarmente, fundou as revistas culturais Portugalia, Comunidades de Língua Portuguesa e Arganila, presidiu o Centro de Estudos “Fernando Pessoa”, organizando vários encontros culturais sobre os países de língua portuguesa, entre eles uma exposição sobre imprensa de Língua Portuguesa, realizada na sede da UNESCO, em Paris. Foi ainda diretor de várias associações luso-brasileiras no Brasil e em Portugal, e publicou dezenas de livros sete dos quais, sobre Fernando Pessoa. Entre suas obras figuram “400 Anos Padre Vieira- Imperador da Língua Portuguesa” (Memorial da América Latina, 2009), “As Relações Literárias de Portugal com o Brasil” (Icalp Lisboa, 1992), “Temas Luso-Brasileiros” (Ed. Cons. Est. De Cultura, 1963), “Fernando Pessoa, Salazar e o Estado Novo” (Ed. Fabricando Idéias, 2009) “Fernando Pessoa, O Poeta Singular e Plural” (Editora Expressão, 1985). Além de suas lições profissionais João Alves das Neves deixa conto herança para todos aqueles que tiveram a honra conhecê-lo a sua alegria de viver, de estar com as pessoas queridas e de trabalhar exaustivamente com suas paixões.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

XIX FEIRA DO LIVRO DE ARGANIL

A Câmara Municipal de Arganil vai homenagear o Dr. João Alves das Neves na próxima Feira do livro de Arganil que se realizará de 2 a 5 de Maio próximo.

Na cerimônia de abertura da XIX Feria do Livro de Arganil, será inaugurada a Exposição sobre a vida e obra do Prof. Neves. A sessão está marcada para o dia 2 de Maio as 18 horas.

PROGRAMA DA XIX FEIRA DO LIVRO DE ARGANIL

2 de Maio de 2012
13h00 – Abertura da XIX Feira do Livro de Arganil

14h00 – Encontro com o escritor Gonçalo Cadilhe
13h30 às 16h30 – Animação de Leitura com as técnicas da Biblioteca Municipal Miguel Torga
18h00 – Abertura Oficial da XIX Feira do Livro de Arganil
- Homenagem ao Dr. João Alves das Neves – Abertura da Exposição
21h30 – Espetáculo pelo Coro Infantil da Associação Filarmónica de Arganil
23h00 – Fecho da XIX Feira do Livro de Arganil

3 de Maio de 2012
10h00 - Abertura da XIX Feira do Livro de Arganil
10h00 – 16h30 – Animação da Leitura com a Prof.ª Dolores Tavares e Ana Rita Martins
14h30 – Encontro com a escritora Leonor Mexia
15h30 – Encontro com o escritor Jorge Gaspar
21h30 – Espetáculo por “Big Band 2011/12” do Conservatório de Música de Coimbra
23h00 – Fecho da XIX Feira do Livro de Arganil

4 de Maio de 2012
10h00 - Abertura da XIX Feira do Livro de Arganil

10h00 – 16h30 – Animação da leitura com as técnicas da Biblioteca Municipal Miguel Torga
10h30 – Encontro com a escritora Manuela Ribeiro
14h30 – Sessão de histórias com o narrador José Craveiro
21h30 – Noite de Contos com José Craveiro
23h00 – Fecho da XIX Feira do Livro de Arganil

5 de Maio de 2012
10h00 - Abertura da XIX Feira do Livro de Arganil

16h30 – Concerto de Primavera pela Associação Filarmónica Arganilense
21h30 – Concerto de Música Clássica pela Escola de Música “Pauta em Movimento”
23h00 – Fecho da XIX Feira do Livro de Arganil

http://www.cm-arganil.pt/component/content/article/199/1947.html

segunda-feira, 26 de março de 2012

Blog Revista Lusofonia - 21 de março dia mundial da Poesia.‏

Prezados Leitores.


Blog Revista Lusofonia atualizado com poesias em homenagem ao dia 21 de março dia mundial da Poesia.


EU INFANTE Por Ives Gandra


Meu ano acaba, volto a ser menino, Encantos descobrindo pela lua, Meus papagaios lúdicos empino Enquanto elevo aos céus minh’alma nua. Retorno no rever de meu destino, Ao moleque que andava pela rua, Sonhando sonhos mil, em desatino, Sem nunca perceber que a vida é crua. Meu passado repasso num [...]



PRESTAR CONTAS Para Ruth Por Ives Gandra


Depois de tantos anos, lado a lado, Chegamos, sem querer, a nossa idade. Na longa trajetória do passado, Sentimos alegria com saudade. O tempo, que nos resta, Deus conhece. Nossa imagem se torna fugidia E lançamos ao alto a nossa prece, A prece que se faz a cada dia. [...]



Sincronicidades poéticas Por Dalila Teles Veras


depois que a mulher voejou levando consigo a claridade dos cômodos e duas décadas coabitadas, o marido, no escuro ensimesmado deixou o cabelo crescer, [...]




Macau, Entreposto português na China, Às margens do rio das Pérolas Que adornam a fronte da deusa A-má Refletida no mar de espelho, Azul, manchado de vermelho. Camões, O poeta, O soldado, O aventureiro, O exilado, Desce da nau, Sobe à colina, Ali encontra uma gruta entre rochedos, Um refúgio Para [...]



Poemas do “Sangue Português” – VISÃO DE ANGOLA Por Raquel Naveira


Vejo Angola Da janela do avião: Uma barcarola No mar de Benguela, A água lilás, Guardiã da sabedoria, Divide em ondas- A guerra de um lado E de outro, a harmonia. Vejo Angola Da janela do avião: Uma casinhola, A amoreira gigante Onde enterrei a pistola Com [...]





Abraços.


Fabiola Nese


Relações Publicas Blog Revista Lusofonia


www.revistaludofonia.wordpress.com e www.joaoalvesdasneves.blogspot.com


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Uma história de camaradagem luso-brasileira, a título de homenagem

Por Dalila Teles Veras


Sempre que recebo notícias sobre algum amigo visitado pela indesejada das gentes, sou acometida de um sentimento de remorso, por falha e omissão. A propósito, esse é um sentimento que experimento quase diariamente em relação aos amigos em geral. A sensação de que não cumpro plenamente o meu papel de amiga. Os dias velozes e aliciantes embrutecem as simples ações cotidianas. Gestos antes corriqueiramente praticados, como o de uma visita não agendada ou de um simples telefonema, a perguntar pela saúde, pela família, ficam sempre na intenção, e lá se vão os dias, os meses... por vezes anos.

Não foi diferente quando soube da morte de João Alves das Neves, noticiada aqui no último post.

A incômoda sensação de que falhei com o amigo, não praticando nenhuma desses simples gestos nos últimos meses, permaneceu todos estes dias comigo. Incômodo remorso que transformo em lição. Em termos de amizade, não se deve adiar nada, muito menos em relação a quem já passou dos 80 anos, mesmo que o octogenário, como era o caso do Prof. João, não cogite da "visita indesejada" e faça projetos como quem vai chegar aos 100.

Como forma compensatória e homenagem póstuma, desde o último dia 12, leio a sua obra e lembro.

Conheci o Professor João Alves das Neves em meados de 1989. Já o conhecia sem o conhecer. Conhecia de lê-lo e isso já não é pouco. Já tinha lido alguns de seus livros e acompanhava seus textos no jornal O Estado de São Paulo (um dos maiores do Brasil, onde foi editorialista por mais de 30 anos, jornal que agora "retribui" seus serviços dedicando-lhe uma pífia nota na coluna de "Falecimentos") e no Jornal de Letras, de Lisboa. Da apresentação passamos a uma camaradagem que permaneceu nestas últimas duas décadas.

Já no ano seguinte, 1990, a seu convite, participei do I Encontro dos Intelectuais e Artistas Portugueses do Brasil, promovido pelo Centro de Estudos Americanos Fernando Pessoa, instituição por ele presidida e fundada em 1987.

Esses encontros, posteriormente internacionais, treze ao todo, sempre idealizados por ele, discutiram importantes questões literárias e culturais no âmbito dos países de língua portuguesa e foram realizados em cinco estados brasileiros (São Paulo, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e Paraná) e quatro em Portugal (dois em Lisboa e dois em Coimbra), quase sempre em parceria com importantes Universidades. O último, o XIII, foi realizado simultaneamente a um Colóquio sobre os 400 anos de Padre Vieira, no Memorial da América Latina, SP, em 2008.

Além de professor e jornalista notável, Alves das Neves foi um homem de letras que ultrapassou o papel. Incansável, suas ações, de imensa diversidade cultural, iam da promoção de seminários, encontros, colóquios e exposições, à edição de revistas, como a Revista das Comunidades de Língua Portuguesa, com 22 números, na qual tive a honra de colaborar, compondo o conselho editorial e escrevendo artigos. A abordagem priorizava as questões culturais luso-brasileiras abarcando os 8 países de língua portuguesa.

Pesquisador e divulgador incansável da literatura portuguesa no Brasil, dedicou vários números dessa revista a escritores e vultos da história luso-brasileira, como Fernando Pessoa (a figura central dos estudos do Instituto que levava seu nome); Padre Antonio Vieira, Padre Manuel da Nóbrega, Jaime Cortesão, João Ramalho, bem como números dedicados a Macau, Timor, e outros assuntos de igual relevância, quase sempre resultantes de temas apresentados em colóquios e seminários.

Com ele viajei a Paris (em 1991 - Colóquio “A IMPRENSA DE LINGUA PORTUGUESA NO MUNDO”, na Embaixada de Portugal na UNESCO, a Coimbra (1997, quando carreguei comigo toda a família) e a Fortaleza (2000) e partilhei de sua inesgotável curiosidade intelectual e prazer das viagens.

Hoje me pergunto como pude conviver tão de perto e manter tão estreita camaradagem com alguém que possuía ideias e posturas políticas diversas das minhas. Muito simples, nosso elo foi a paixão pela literatura (Fernando Pessoa na linha de frente - quantas lições sobre o Poeta eu recebi). A vontade comum em contribuir para re-ligar ações entre os dois países também nos unia. Jamais falamos de política (partidária, no caso). Discutíamos políticas públicas culturais do Brasil e de Portugal e de suas respectivas instituições, mas jamais inveredamos por caminhos ideológicos. Tácito e cavalheiresco acordo, sabedores que éramos do pensamento um do outro, respeitando-nos um ao outro.

Em outubro de 2008, logo após o encontro no Memorial da América Latina, escreve-me uma carta o Professor, comunicando sua demissão "irrevogável" ao cargo de presidente do CEAFP, alegando motivos de saúde. Pedia-me que o substituísse (à época eu ocupava o cargo de vice-presidente da entidade). Recusei e justifiquei, entre outros, com os seguintes argumentos: "Por fim, e mais importante, é que não me sentiria à vontade substituindo-o na direção do Centro de Estudos, pelo simples motivo de que, apesar de ter ocupado cargos em sua diretoria (para mim, muito honrosos diga-se) as idéias e as ações culturais que sempre moveram o CEAFP (louváveis, imprescindíveis, que deixaram frutos e ficarão como contribuição intelectual da mais alta relevância na cultura lusófona) foram suas, sempre suas, como bem sabe, e a marca de sua marcante personalidade de homem de letras e de cultura ali ficou, ali está. Pouco participamos, pouco contribuímos todos nós, com toda essa bela história. Ali há uma marca, a sua, que, no meu modesto modo de ver, não pode ser transferida, sob pena do Centro vir a ser outra coisa e, se é para ser outra coisa, que seja criada outra coisa."

Logo a seguir, em assembléia própria, o Instituto encerrava legalmente suas atividades. Convencido, mas não conformado, imediatamente (fevereiro de 2009) rebatiza o grupo remanescente do Instituto como "Círculo Fernando Pessoa" e funda o blog "Revista Lusofonia - blog dos países de língua portuguesa)" para onde passa a direcionar os textos (seus e de todos nós). Mudavam-se os tempos, mas a sua inquebrantável vontade não. Assim, o "seu" Instituto ganha uma nova forma de vida, virtual e dinâmica, acrescentando também um pouco mais de vida àquela, fisicamente, , já no seu ocaso. O corpo cedeu, mas o espírito não. É esse que ficará, traduzido naquilo que escreveu o Prof. João Alves das Neves. Comigo, ficará também a lembrança da boa e profícua camaradagem intelectual e humana.

E.T.: Mal coloquei aqui o ponto final, veio-me outra pergunta (cada vez mais tenho perguntas e menos certezas): seria conveniente a publicação de um texto aparentemente auto-referente, quando a sua finalidade era simplesmente a de homenagear o outro? Como diria o Mestre Bandeira, perdoem-me, mas não pude ser outra coisa, tendo em vista meus caminhos, honrosamente, diga-se, cruzado tantas vezes com os do nosso homenageado.

Nota sobre João Alves das Neves (1927-2012)

Por Francisco Seixas da Costa

Em 2005, quando cheguei ao Brasil, levava comigo o interesse em conhecer João Alves das Neves, um jornalista português há muito radicado em S. Paulo. Ouvira falar dele ao meu primo Carlos Eurico da Costa, com quem havia trabalhado nessa breve e pouco conhecida aventura jornalística portuguesa que foi o "Diário Ilustrado". Como outros jornalistas portugueses oriundos dessa experiência, Alves das Neves viria sair para o Brasil e a ingressar em "O Estado de S. Paulo". Durante décadas, vir o seu nome ser referido, em Portugal, associado a diversas atividades públicas realizadas no Brasil.

Encontrei João Alves das Neves pouco tempo depois de estar no Brasil, no tradicional almoço semanal da Casa de Portugal. Ao longo do tempo que estive naquele país, fomos mantendo um contacto escrito regular e, por diversas vezes, conversámos em S. Paulo. Lembro-me bem de, uma tarde, ter de lhe acalmar os seus ânimos agitados contra a gestão do nosso consulado-geral em S. Paulo. Era um homem emotivo, porque era uma figura muito apaixonada por tudo aquilo em que empenhava.

João Alves das Neves foi uma personalidade que se preocupou com a divulgação da cultura e da literatura portuguesa no Brasil, estando ligado a inúmeras iniciativas nesse âmbito, muito em especial através do movimento associativo da comunidade. Tinha um especial interesse em Fernando Pessoa, cujo Centro de Estudos criou, em S. Paulo.Morreu agora na sua terra beirã, de que sempre falava com saudade.

Homenagem a João Aleves das Neves

Por Teresa Rita Lopes



João Alves das Neves foi o marido, o pai, o avô, o amigo que poucos têm tido a sorte de ter na breve vida que nos é dado viver.Como amiga, tive essa sorte. Fernando Pessoa também. Ao seu estudo e divulgação se dedicou durante toda a sua existência. Foi um militante cidadão da pátria língua portuguesa que era, para Pessoa, o sonhado Quinto Império. Poucos terão cumprido como o nosso querido João, com tanto empenho e júbilo, os deveres e os direitos dessa cidadania.


" A morte é a curva da estrada. /Morrer é só não ser visto." escreveu Pessoa, que nunca se resignou à injustiça da morte.


Nosso querido amigo, permanecerás connosco, por tudo aquilo que nos deste, aos que tiveram o privilégio do teu convívio e de contigo participar na militância pela nossa pátria língua portuguesa.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Missa de um Mês em Homenagem ao Prof. João Alves das Neves

Prezados amigos:

Esposa, filhos e netos do Prof. João Alves das Neves, convidam para a missa de um mês em sua memoria no dia 12 de fevereiro (domingo) às 18 horas.
Local: Capela do Hospital Beneficência Portuguesa _ Rua Maestro Cardim, 809 – Bela Vista _ São Paulo-SP.

Pelo comparecimento,
Agradecemos.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Missa de sétimo dia - João Alves das Neves

Caros Amigos.


Em nome do toda a família do Prof. João Alves das Neves agradeço as inúmeras mensagens que recebemos nesses últimos dias.


Missas de sétimo dia em Homenagem ao Prof. Neves serão rezadas em São Paulo e no Pisão de Coja-Potugal


São Paulo: 19/01/2012 (quinta-feira) às 12horas (horário do Brasil) na Igreja São José - Rua Dinamarca,32 - Jardim Europa - São Paulo-SP.


Pisão: 20/01/2012 (sexta-feira) às 18horas (horário de Portugal) na Capela do Pisão proferida pelo Pe. Borges.


Com os meus cumprimentos a todos.


Fabiola Neves Nese



quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Nota de Falecimento

É com grande pesar que informamos o falecimento em Arganil - Portugal do jornalista e professor JOÃO ALVES DAS NEVES .


A família lamenta a perda do pai, avô e apaixonado marido que nos ensinou muito e sempre ouviu a todos. Como herança ficamos com a sua alegria em viver, estar com as pessoas queridas e trabalhar exaustivamente com as suas paixões.


O velório ocorrera na capela do Pisão, sua terra natal, na região da Beira Serra em Portugal e o sepultamento em Coja sábado dia 14 de Janeiro às 15 horas horário de Portugal.


Nossa admiração será eterna assim como a saudades.


“Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar com o que eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar.”Fernando Pessoa